Para caboclas e sereyas que insistem em navegar

Texto: Para sereyas e caboclas que insistem em navegar no livro Negros na Piscina (2024).

Trecho: "O que tenho ensaiado, em aparições, oficinas e textualmente, é tomar a vida negra como locus de irradiação das questões a serem trabalhadas, e com elas perseguir rotas para escapar das leitura míopes e pouco atentas à diversidade de operações estéticas e éticas que, de modo complexo, localizam-se entre temporalidades e linguagens. São exercícios para liberar a vida negra e suas expressividades de fazer correspondência exclusiva com processos históricos de violência e a perda. E é justamente porque reconhecemos essa relação íntima que precisamos confrontá-la. Afinal, há muito deixou de ser suficiente expor as evidências de nosso escárnio em praça pública. Para seguir em outras rotas, é fundamental alimentar possibilidades de imaginação engajada com o desmantelamento do que viria a ser o território onto-epistemológico de uma negritude confinada pelo/como efeito do humanismo".

Sobre o livro:
"Organizado pela curadora, escritora e pesquisadora Diane Lima, Negros na piscina: arte contemporânea, curadoria e educação é uma publicação que documenta o momento histórico do debate racial na arte brasileira ao longo dos últimos dez anos. A partir de contribuições ou aproximações acerca do pensamento curatorial, conta com mais de trinta vozes que, ao unir teoria e prática, antecipam estratégias e narram os desafios de produzir cultura no país". (editora Fósforo, 2024)