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Oficina Sobre Como Amolar Facas

Data

2017 - 2018

Tipo de projeto

vivência

Oficina idealizada e realizada durante a residência artística no CAPACETE (2017, Rio de Janeiro - RJ), e também realizada na CASA NEM, espaço de acolhimento de pessoas transvestigêneres (2018, Rio de Janeiro), na ONG Crioula, direcionada a acolhimento de mães que perderam seus filhes para violência do Estado Brasileiro (2018, Rio de Janeiro), e no Festival Internacional da Imagem - Valongo, (2019, Santos - SP).

Texto da primeira convocatória:

movimento #1: oficina sobre como amolar facas (quem tem medo da preta que fala como preta?)

assento meu corpo sobre os monumentos da cidade colonial. ela me convida à fala cordial e ao silêncio pacificador. os que possuem a cidade não querem dividir meu desconforto em habitá-la. dizem que não tenho as palavras certas e nem a literatura completa. dizem que sou violenta, que não há coerência nem significado no que digo. tentam imobilizar os afetos que minha fala/escrita, situada desde um corpo de mulher preta, pode gerar. me negam a autodefesa e a autorrepresentação. me roubam a capacidade de imaginar, o que vem junto com o desmonte da memória das minhas/meus maiores.

afiar a faca e cortar primeiro a própria carne. como escrever para retomar um corpo marcado pelas forças do racismo, do machismo? como escrever atenta aos investimentos da transfobia, da lesbofobia, do capacitismo e das muitas forças de colonização que mediam nossa experiência de mundo?

convido todes para, através da escavação e partilha de memórias, sonhos, leituras, escritas, línguas, vivências e vidências, somar em processos de aquilombamento.

os encontros acontecerão em três sessões independentes de dois dias cada, no capacete.

não é pago, não é necessário nenhum grau de escolaridade, os processos de leitura serão coletivos.

neste primeiro encontro vamos apresentar o esboço pensado para o processo, e seguir perguntando: o que é violência? quem tem medo da preta que fala?




:::esboço:::

torcer conceitos:
- fabular memória, relembrar sonhos;
- inventar vocabulário, criar novas línguas;
operar cortes:
- abrir o corpo como território político;
- proceder por autópsias, ou a abertura de um campo-corpo de pesquisa;
costurar tempos:
- situar o problema ético-estético dentro do contexto político (para além do golpe);
- escavar o passado, especular o futuro para habitar a cidade.

Fotos de Helena Assanti

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